terça-feira, 15 de julho de 2025

BUSCAPERIANAS - Camadas de Blues: Arte, Rua e Resistência



Buscapé Blues: fazer arte plástica é prolongar a voz para além do microfone — é deixar que a tinta, o pincel ou o giz de cera cantem junto com ele. Sua obra convida o público a sentir, pensar, se reconhecer e, sobretudo, perceber que arte é resistência — e também sopro de liberdade.

Sua arte visual carrega camadas: colagens, materiais reaproveitados e traços orgânicos que dialogam com a estética marginal e a poética da rua. Assim como na música, há um improviso calculado — uma busca constante por novas combinações que surpreendem o olhar, tal qual uma guitarra que distorce acordes conhecidos para criar algo único.

Em telas, desenhos e intervenções, Buscapé Blues investiga cores, texturas e formas como quem toca notas de um blues rasgado — ora melancólico, ora festivo, mas sempre visceral. Seus temas passeiam por memórias urbanas, figuras do cotidiano, elementos da cultura afro-brasileira e símbolos que evocam tanto a luta quanto a celebração da vida.

C A R P I N T E I R O

 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Buscaperianas - o trabalho em Artes Plásticas de Buscapé Blues

Poeta, músico, cantor e compositor, Buscapé Blues também um artista plástico que transita entre palavras, sons e imagens, criando pontes entre linguagens que, em sua obra, se encontram e se expandem. Seu trabalho nas artes plásticas reflete o mesmo espírito inquieto e pulsante que marca suas composições musicais: uma mistura de liberdade criativa, experimentação e forte conexão com as raízes populares.

Em suas telas, desenhos e intervenções, Buscapé Blues investiga cores, texturas e formas como quem toca notas de um blues rasgado — ora melancólico, ora festivo, mas sempre visceral. Seus temas passeiam por memórias urbanas, figuras do cotidiano, elementos da cultura afro-brasileira e símbolos que evocam tanto a luta quanto a celebração da vida.

Sua arte visual é, muitas vezes, carregada de camadas: colagens, materiais reaproveitados e traços orgânicos que dialogam com a estética marginal e a poética da rua. Assim como na música, há um improviso calculado — uma busca constante por novas combinações que surpreendam o olhar, tal qual uma guitarra que distorce acordes conhecidos para criar algo único.

Para Buscapé Blues, fazer arte plástica é prolongar sua voz para além do microfone, é deixar que a tinta, o pincel ou o giz de cera cantem junto com ele. Sua obra convida o público a sentir, a pensar, a se reconhecer e, sobretudo, a perceber que arte é resistência — e também um sopro de liberdade.

Carpinteiro



 



quinta-feira, 10 de julho de 2025

Pelos pubianos - Buscapé no MARAMBUZAR

[28.06.2025] Filmagem da ROBERTA MÁRTIRES - MARAMBUZAR é um evento gratuito que expõe varias expressões artísticas (música,poesia, artesanato, literatura, fotografia,moda, etc. Realizado no Mercado Municipal da Marambaia há 12 anos, incentivando a comercialização dos produtos artísticos e oferecendo possibilidades para artistas anônimos do Pará e outros estados. Priorizando acessibilidade e temas de sustentabilidade criativa em ampla visão.

BUSCAPÉ EM CIMA DA MESA DO BILHAR NO MARAMBUZAR


#MARAMBUZAR recebeu o astro da Marambaia [28.06.2025], Sua Majestade BUSCAPÉ BLUES, o menino traquino, aqui em uma filmagem da ROBERTA MÁRTIRES - Evento gratuito que expõe varias expressões artísticas (música,poesia, artesanato, literatura, fotografia,moda, etc Realizado no Mercado Municipal da Marambaia há 12 anos, incentivando a comercialização dos produtos artísticos e oferecendo possibilidades para artistas anônimos do Pará e outros estados. Priorizando acessibilidade e temas de sustentabilidade criativa em ampla visão.

terça-feira, 8 de julho de 2025

AMENDOIM - BUSCAPÉ NA CONEXÃO CULTURA

José Maria, o "Chaves" e seu AMENDOIM, homenageados por esta composição buscaperiana.

BUSCAPÉ NA MARAMBAIA GALACTICA


Eu sou o Buscapé, filho da Marambaia, neto da lama e da água, trovador dos becos e das vielas onde o concreto toca o verde. Minha música é travessia — um blues que nasce do bairro, da rua, da vida que pulsa forte aqui. Se você sente que cultura é caminho, é resistência, é festa de alma, essa travessia é pra você. Vem comigo pra Marambaia Galáctica, vem ser parte dessa história que a gente constrói todo dia, com coragem e sorriso. Aqui, o blues é nossa arma, a poesia nossa voz, e o público, nosso parceiro. Porque a revolução começa quando a arte pulsa no peito e dança na alma. Entre a cidade que não para e a floresta que não se cala, eu canto e celebro. Marambaia Galáctica é minha jangada, meu grito — uma jornada sonora que atravessa histórias, dores, risos e sonhos de quem vive esse chão. Não quero só música. Quero abrir portas, sacudir pensamentos, dar voz a quem a cidade tenta calar. Minha arte é espelho, às vezes quebrado, mas sempre real. Este projeto é encontro: do blues com o samba, da poesia com a luta, do lúdico com o político. É oficina, show, partilha — é o povo tomando espaço, transformando o mundo, uma palavra, uma nota, uma rima de cada vez. Eu sou Buscapé Blues, e este é o meu lugar — Marambaia. Aqui eu caminho, respiro e canto o mundo na pele. Marambaia é canção que todo mundo conhece, raiz viva, memória que atravessa gerações. É aí que colho versos, melodias e histórias para dividir com o bairro, com a cidade — o que a gente sempre fez, com arte. Nas oficinas, nos shows, nas rodas de conversa que viram canção, a voz da gente ganha corpo e ganha o mundo. Marambaia Galáctica é a minha travessia, meu blues, o que pulsa nas veias do bairro que me ensina a ser quem eu sou. Vamos juntos? BUSCAPÉ BLUES

PORTFÓLIO BUSCAPÉ BLUES 2025

Linha do tempo viva:
  • Anos 1980: surgimento nas ruas da Marambaia e Icoaraci; shows incendiários na Praça da República e Memorial dos Povos.
  • Década de 1990: consolidação como voz marginal e alternativa de Belém.
  • Primeiro CD Ao Vivo na UFPA: registro cru, direto, sem filtro.
  • 2003/2004: gravação do Andarilho das Galáxias.
  • Projeto Rádio Margarida: marco essencial de sua trajetória. Ali, Buscapé atuou como educador musical e ambiental, levando poesia, canção e consciência a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Esse trabalho foi semente de uma arte que não se dissocia da prática de transformação coletiva.
  • Década de 2010 em diante: clipes, participações em programas da TV Cultura do Pará, espalhando pelas telas a paisagem sonora e afetiva da periferia belenense.
  • Atualmente: radicado em Salinas (PA), leva sua arte-educação, sua escuta sensível e seu artesanato popular para novos territórios, sempre de mãos dadas com comunidades, jovens artistas, professores e coletivos culturais da Amazônia urbana.

ACESSA O BLOG DO BUSCAPÉ-BLUES https://buscape-blues.blogspot.com/



Biografia não autorizada do andarilho das galáxias

Buscapé Blues mostra a sua riqueza poética e musical no CD "Andarilho das Galáxias".


O CD trás variados estilos, canções e baladas, que vão do brega ao funk, do samba ao reggae, do soul ao blues.

Sob a influência de Raul Seixas e de outros rokeyros não menos undergraunds, Buscapé Blues faz um som essencialmente urbano e com um toque absolutamente rural.

Seus poemas e melodias são fáceis: ele tem a simplicidade e a profundidade dos grandes poetas.

Suas letras são crônicas de uma realidade angustiante: através delas, tece a teia da crítica social, com o humor típico dos profetas que sorriem da vida. Seus acordes têm a singeleza das harpas gregas: suas músicas são lúdicas como os jogos infantis, divertem-nos. Seus temas são necessariamente ambíguos e paradoxais, fazem-nos refletir e rir: amor e ódio, filosofia e ironia, hipocrisia e desejo, prazer e violência, política e sacanagem, heroísmo e porcaria, história e mentira, virtude e vício, mar e morte, etc.

Identificado com as contradições das vivências humanas, o poeta fala a língua das comunidades periféricas da nova ordem global. Buscapé Blues faz da Marambaia a sua própria lua, retirando-a do espaço físico sideral para a sua matemática musical, migrando-a da condição de satélite periférico para o centro de um sistema solar, onde ele, e só ele só, Buscapé Blues, é o astro-rei.

O andarilho das galáxias anda nas crateras da Marambaia, juntando-se a pessoas desconhecidas em noites esquecidas e em dias amanhecidos. Na Marambaia, quem não sabe, já ouviu falar do noturno Buscapé Blues: ali ele já se tornou um mito idolatrado. Ele conhece o bairro como ninguém, faz dele o seu habitat. Buscapé Blues vive com jovens que não têm mais nada a perder, mas que ainda estão dispostos ao amor e à liberdade. São meninos e meninas, dos quais retira, e oferece-lhes, com reciprocidade, e generosidade, a matéria bruta do poema, nascido e sangrado na Marambaia.

É nesse encontro da poesia com o ritual social que Buscapé Blues semeia e colhe os seus sonhos e as suas canções. Mas há quem considere desterrá-lo ao ostracismo da não execução: já não se consegue escutar nada além do que é imposto pela indústria fonográfica. Estão, pois todos surdos. E cegos.

Os artistas, entretanto, estão à margem desse lixo. Buscapé Blues tem no sangue o som e o silêncio, os rumores e os ritmos das ruas. É pop. Tanto quanto Wharol. A diferença é que o americano comia bem e rapidamente vendeu-se aos média para ganhar dinheiro e fama com o glamour da crítica e da academia. Buscapé Blues nasceu pobre, mas a sua pobreza é de carne, não de espírito. Não lhe enfraquece a alma, fortalece-lhe a essência existencial. Sem ter para onde ir, faz abrigo da casa de amigos dispostos a recebê-lo. E mesmo assim não se passa para o outro lado. A simplicidade de sua personalidade não lhe permite titubear, se viver entre os loucos e desprezados ou posar de feliz ao lado dos burgueses. Oxalá conceda aos homens a benção de ouvir este Santo.

A música brasileira revela, diariamente, uma riqueza infindável de artistas. Eles surgem nas ruas e nas escolas de música, realizando uma fusão de estilos típica de toda a tradição cultural brasileira, absorvendo influências que vão dos clássicos aos populares.

Entre esses artistas, o músico Buscapé Blues diferencia-se pela sua ligação (direta) ao imaginário das populações periféricas, a partir do qual cria as suas obras, identificadas com o cotidiano de homens e mulheres anônimos que são a cara oculta do Brasil.

A originalidade de Buscapé é própria dos corações e mentes de adolescentes, com os quais atua na qualidade de arte educador, compondo canções bem humoradas e com fortes componentes de críticas sociais.


O ANDARILHO DAS GALÁXIAS desperta nos corações e mentes sentimentos coletivos de criatividade e de crítica às contradições sociais, comungando com a plateia a sensação de liberdade artística, partilhando dos imaginários coletivos de crítica social, divulgando o rock, o blues, o reggae e o rap como instrumentos de conscientização, tomando parte da catarse coletiva da espiritualidade dos ritmos musicais.


Estas canções foram reunidas no seu último trabalho, o CD “ANDARILHO DAS GALÁXIAS”, que dá nome ao show que Buscapé Blues tem realizado na cidade de Belém.


Gravado com o apoio do Núcleo de Produção Cultural da UFPA, este CD foi editado através da Revista PARÁ ZERO ZERO, à altura dirigida pelo seu criador, o poeta Francisco WEYL.


FICHA TÉCNICA DO CD:

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FICHA TÉCNICA DO CD:

Buscapé Blues - Voz

André Macleury - Guitarra , Cavacolim, Slide , Berimbau , Flauta Doce , Gaita , Vocal

Junior Lobo - Baixo

Auri Menezes - Violão

Mauro Vaz- Bateria


Gravado no período de Dezembro de 2003 a Janeiro de 2004 no Studio Alquimia Digital

Mixagem: Jeremias

Produção: NPC – NÚCLEO DE PRODUÇÃO CULTURAL


Produção Executiva: Francisco Weyl

Arte capa: RILKE

Todas as músicas são de autoria de Edwaldo Henrique Lourenço,

Buscapé Blues





TEXTO PRODUZIDO POR Carpinteiro de Poesia em 23.07.2003

https://carpinteirodepoesia.blogspot.com/2016/07/biografia-nao-autorizada-de-buscape.html

Buscapé Blues — Manifesto Andarilho da Marambaia

Edwaldo Henrique Lourenço, que o povo conhece e chama de Buscapé Blues, é um artista múltiplo que faz da Marambaia não apenas cenário, mas matéria-prima viva de sua criação. Filho dessa periferia pulsante de Belém do Pará, neto da lama e da água que cortam as ruas, ele construiu, desde o final dos anos 1980, uma trajetória onde a música, a poesia marginal, a educação popular e o ativismo socioambiental se misturam numa obra que é, acima de tudo, travessia.


Buscapé Blues “causava espécie” quando começou a ocupar as quebradas de Marambaia e Icoaraci, improvisando palcos em praças, esquinas e becos onde a cultura é resistência, riso e catarse. Na Praça da República e no Memorial dos Povos, levantou plateias inteiras com seus acordes de hard rock, blues, reggae, rap — sempre atravessados por uma ironia de profeta que ri da vida enquanto cutuca as feridas abertas da cidade.

Sua música é feita de encontros: inspira-se em Raul Seixas, AC/DC, Barão Vermelho, Creedence, mas também no batuque de terreiro, no samba de esquina, no som da maré batendo nos pés de quem mora à beira do rio. É um blues urbano que carrega o cheiro do mato e o grito dos becos. Um som que não cabe numa prateleira, mas ecoa pelas ruas, bares e mercados, carregando a voz de quem muitas vezes não tem voz.

Quando lançou o primeiro CD, Ao Vivo na UFPA, gravado sem cerimônia no estacionamento do Vadião, Buscapé fez barulho até na Europa com o sucesso “Metal City”. Mas foi com o “Andarilho das Galáxias”, lançado em 2004 com apoio do Núcleo de Produção Cultural da UFPA e da Revista Pará Zero Zero, que consolidou sua imagem de cronista das periferias amazônicas. Um álbum-manifesto, costurado por reggae, blues, samba, funk e poesia de rua, que desperta nos corações o impulso de resistir, criar e rir da própria tragédia cotidiana.

Linha do tempo viva:
- Anos 1980: surgimento nas ruas da Marambaia e Icoaraci; shows incendiários na Praça da República e Memorial dos Povos.
- Década de 1990: consolidação como voz marginal e alternativa de Belém.
- Primeiro CD Ao Vivo na UFPA: registro cru, direto, sem filtro.
- 2003/2004: gravação do Andarilho das Galáxias.
- Projeto Rádio Margarida: marco essencial de sua trajetória. Ali, Buscapé atuou como educador musical e ambiental, levando poesia, canção e consciência a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Esse trabalho foi semente de uma arte que não se dissocia da prática de transformação coletiva.
- Década de 2010 em diante: clipes, participações em programas da TV Cultura do Pará, espalhando pelas telas a paisagem sonora e afetiva da periferia belenense.
- Atualmente: radicado em Salinas (PA), leva sua arte-educação, sua escuta sensível e seu artesanato popular para novos territórios, sempre de mãos dadas com comunidades, jovens artistas, professores e coletivos culturais da Amazônia urbana.

Na Marambaia, Buscapé é autor de “Ó Marambaia” — uma canção que se tornou hino afetivo do bairro. Ali, ele evoca figuras e lugares que habitam sua memória e a de quem cresce nas beiradas da cidade: a Avenida Dalva, o mercado de esquina, a avó que é símbolo de resistência e ternura entre vielas, barrancos e igarapés. Sua obra é, portanto, também um arquivo vivo de afetos, histórias, memórias e conflitos.

Quando não está com o violão ou a gaita em punho, Buscapé cria com as mãos: trabalha madeira, ferro, papel, tecido. Esculpe, pinta, monta, costura. Máscaras, quadros, instrumentos — tudo nasce de materiais recolhidos da rua, do que a cidade descarta, e se transforma em arte. O que o mundo joga fora, Buscapé reinventa. E assim ele costura canção, escultura e poesia, mantendo viva a tradição de quem faz do pouco o muito, do resto o manifesto.

Edwaldo Henrique Lourenço é referência viva para educadores, ativistas, estudantes, jovens artistas que encontram em seu trabalho o sopro de uma Amazônia urbana que não se curva. É artista de rua, mas também educador popular; é cronista do asfalto rachado, mas também guardião de águas, matas e saberes ancestrais. É múltiplo como sua Marambaia, é galáctico como seu blues que atravessa fronteiras e toca rádios europeias, mas não perde o cheiro da lama onde nasceu.

Seu som continua a crescer como mata depois da chuva. Está em processo de lançar um terceiro trabalho autoral, reafirmando que a música é travessia, a palavra é arma e a periferia é centro. Para quem insiste em ignorar, Buscapé Blues responde com acordes simples, letras cortantes, melodias lúdicas que lembram as harpas gregas — mas que também ferem, acordam, fazem rir.

Como escreveu alguém: “Estão todos surdos. E cegos. Mas Buscapé canta — e quem ainda escuta, escuta.”

Ele segue: Entre a cidade que não para e a floresta que não se cala. Entre o batuque, o blues, o rap e o reggae. Entre o lixo reciclado em arte e o silêncio feito poema. Entre o ontem, o hoje e o que ainda vem.

Edwaldo Henrique Lourenço, o Buscapé Blues, é isso: Travessia, manifesto, jangada, nave. Filho da Marambaia. Astro-rei de um sistema solar onde a periferia é centro. Andarilho das Galáxias — cronista, educador, artista visual. E sobretudo, sopro de resistência para quem insiste em existir nas bordas.

CARPINTEIRO DE POESIA

8.7.2025



BUSCAPERIANAS - Camadas de Blues: Arte, Rua e Resistência

Buscapé Blues: fazer arte plástica é prolongar a voz para além do microfone — é deixar que a tinta, o pincel ou o giz de cera cantem junto c...